LIÇÃO 42 - UMA HISTÓRIA PARA JAMAIS SER ESQUECIDA (HISTÓRIA DA DIVISÃO DO RIO GRANDE DO SUL)

DA BÍBLIA
- Jeremias 36: 27-32
- 2 Timóteo 4:13

OBJETIVOS
Como resultado dessa lição os Cadetes Locais irão:
• Compreender o pioneirismo salvacionista no Brasil a partir do Rio Grande do Sul
• Zelar pela história da sua igreja e pelas tradições e memórias familiares
• Desenvolver o trabalho investigativo

PARA SE APROFUNDAR
Embora saibamos que a Bíblia é um livro inspirado por Deus, seus autores não a escreveram aleatoriamente. Além de terem observado e relatado os fatos, eles recorreram a fontes escritas para compor o que é a Bíblia hoje.
O profeta Jeremias nos apresenta uma interessante história de como uma memória é escrita, destruída e reescrita novamente. De acordo com o capítulo 36.
Proponho esse título para falar da história do Exército de Salvação no Rio Grande do Sul para que sirva de lição não somente para a igreja salvacionista a qual você pertence, mas para a vida de uma forma geral. Toda memória deve ser preservada. É muito triste quando tradições, valores ou até mesmo objetos que têm valor histórico se perdem por simplesmente alguém achar que essas coisas não são importantes. O início do Exército de Salvação no RS tem muito a nos ensinar sobre isso.
Como bem sabemos, o Exército de Salvação começa oficialmente em 1922 no Rio de Janeiro com a chegada dos Coronéis David e Stella Miche. Entretanto, a atuação salvacionista na América Latina começa na Argentina em 1890. Vamos reparar atentamente o que o Comissário Carl Eliasen escreve:
“Do Corpo de Salto, surgiu uma avançada na cidade de Artigas, também no Uruguai. De lá, em 1905, nasceu um embrião de atividade salvacionista no outro lado da fronteira com o Brasil, na localidade de João Batista – Quaraí (RS) onde funciona hoje a Avançada William Booth. Um relatório extraoficial enviado ao Quartel Internacional em 1910 pela direção e Buenos Aires, referindo à essa extensão, declara orgulhosamente: “Começa a obra salvacionista no Brasil”. O certo é que o Corpo de Quaraí só foi aberto oficialmente em 4 de março de 1939”.
O início do Exército de Salvação no Brasil começa, na verdade, antes de 1922. A Avançada em Quaraí, porém, era administrada por Buenos Aires e passou aos cuidados do Território brasileiro na década de 30. Fazendo os cálculos, de 1910 a 1939 temos um espaço de 29 anos. O que aconteceu nesse espaço de tempo no RS? Infelizmente, temos poucas informações.
A partir de 1922 o Exército de Salvação começa a “avançar” oficialmente no Brasil e chega no RS no dia 24 de dezembro de 1935 em Porto Alegre; a abertura do Corpo de Porto Alegre acontece no dia 03 de janeiro de 1936.
Ainda na mesma década, o Exército de Salvação continua avançando em direção à região da Campanha. Os Majores Christensen, com a ajuda do Sargento Bento Trindade Alves, foram os responsáveis em começar o Exército de Salvação nas cidades de Santa Maria, Alegrete, Uruguaiana, Livramento e Rio Grande. Foi uma logística muito bem-feita, pois é possível perceber que o trabalho do Exército de Salvação se desenvolve simultaneamente no Centro Oeste, a Região da Campanha e a Região Leste do RS.

Como a população foi atendida socialmente no RS pelo trabalho do Exército de Salvação?
A ideia dos pioneiros, no começo, foi de instituir projetos educativos. De acordo com diversos livros históricos, cerca de 10 escolas foram criadas no estado entre as décadas de 30 a 50 (o número de escolas é aproximado). Um desses projetos educativos que funcionava em Uruguaiana se tornou um orfanato que acolhia meninas. Até hoje o prédio que funcionava o orfanato é conhecido em toda a cidade como “O Lar de Meninas do Exército de Salvação.
Quando o ES começa em Porto Alegre, a clínica Médica e Dentária Dr. Leopoldo Rossler foi fundada em 15 de maio de 1938 e funcionou por várias décadas.
É importante destacar o Centro Integrado de Pelotas, que funcionava como um orfanato de meninos. Hoje é um centro de convivência.
Agora, tanto Corpos como as APROSES no RS tem ajudado as pessoas durante enchentes e outras catástrofes naturais e urbanas. As intervenções mais recentes são: a tragédia na boate Kiss, as enchentes que os municípios de Quaraí, Uruguaiana, Livramento e Alegrete sofreram entre os anos de 2015 e 2017, cujas cheias foram severas.

Salvacionistas notáveis no RS
Além do Sargento Alves precisamos citar:
- Ehorides Montiel: nascido na cidade de Jaguarão (RS), conheceu o Exército de Salvação durante um Ar Livre em Pelotas. O que ele viu lhe causou uma certa estranheza no começo, mas aos poucos foi se envolvendo com a igreja e o Lar de Meninos. Durante esse processo aprendeu a Palavra de Deus e desenvolveu um notável ministério de reuniões caseiras e venda do Brado de Guerra. Sua esposa, a Sra Aldira, acompanhou o marido e tornou-se Secretária da Liga do Lar, mantendo essa responsabilidade por vários anos. Segundo alguns Oficias, fé e paciência foram suas grandes marcas.
- Jesus Paulon Almeida: alegretense, ouviu a pregação do Evangelho aos 11 anos pelo Brigadeiro Cristensen durante um Ar Livre. Ali se converteu. O ano era 1938. Em 1946 (façam as contas!), dado o rápido crescimento do Corpo de Alegrete, houve a necessidade de nomear um Primeiro Sargento; o Sr Almeida foi a pessoa indicada. Ele permaneceu fiel ao seu chamado até receber uma homenagem de Honra ao Mérito do General Gowans. Paciência, trabalho e humildade foram suas grandes marcas.
- Francisco Lemes: foi um sub-Tenente que apoiou os trabalhos salvacionistas em diversos municípios. Sua esposa, Irene Lemes, foi uma mulher dedicada ao Reino. Segundo relatos, foram exímios pregadores.
- Catarina Oliveira: quaraiense, se tornou soldada na fase adulta durante a década de 70. Desde então, tem dedicado sua vida a transmitir o Evangelho a todos os seus familiares. É um bom exemplo (de vários) de salvacionista que se preocupa em que seus  familiares tenham uma vida com Deus e amem o Exército de Salvação. Aos 88 anos é Sargenta do Chá no Corpo de Quaraí.

Considerações finais
O Fundador certa vez disse: “Se você quiser mudar o futuro, então você terá que incomodar o presente”. A investigação do passado é uma atitude presente que “incomoda”. O passado precisa ser valorizado, registrado e cultivado para todas as gerações futuras. Sem isso, até a própria fé cristã pode perder-se.

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PARA MEDITAR E APLICAR EM CASA
Essa lição foi o resultado de um trabalho investigativo no qual fontes orais e escritas foram consultadas. A disponibilidade dessas fontes não possibilita incluir a totalidade de fatos e personagens. Cada estudante deve investigar a realidade da sua igreja partindo do seu passado – seja olhando nos livros, ou conversando com os SS mais antigos, por exemplo, quantas atividades que eram feitas antigamente que hoje não se faz mais? Que eventos, ou que atividades já foram feitos com a participação dos jovens Salvacionistas do Corpo onde você é CL? . As tradições orais e escritas devem ser preservadas e cultivadas. Isso se aplica à Bíblia também.

Se você tiver interesse no livro A Imagem do Cruzeiro Resplandece entre em contato com a Intendência Salvacionista
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Lição elaborada pelo Capitão Jeferson Davila