LIÇÃO 14 - A JUSTIFICAÇÃO PELA GRAÇA

DA BÍBLIA

• Gênesis 3:1-13
• Romanos: 3:23-26
• Romanos 5:1-21

OBJETIVOS

• Compreender o que é a justificação
• Compreender o que é a graça
• Aprender a dar testemunho dessa justificação na vida prática de salvacionista

PARA SE APROFUNDAR

Compreendendo o que é a justificação:
Você já se perguntou por que Deus decidiu nos salvar?
O fato é que Deus nos criou para amá-Lo e servi-Lo, porém, com uma condição especial. Essa condição é justamente a de podermos escolher se queremos ou não amar e servir a Deus. A isso chamamos de livre arbítrio ou capacidade de decidir o que fazer por vontade própria. Nessa condição, o ser humano decidiu não amar, não servir, não obedecer, se afastando de Deus. O apóstolo Paulo, então, deixa claro em Romanos 3:23 que “todos pecaram e ficaram separados da Glória de Deus” ou do próprio Deus.
O pecado deixou sobre a raça humana dois problemas como consequência:
A corrupção da natureza humana: isso significa que, a queda do ser humano no Jardim do Éden, manchou seu caráter moral levando-o a uma conduta de padrão inferior àquele definido por Deus na criação.  Para exemplificar, seria como um software quando apresenta um erro e, o computador não consegue funcionar com a programação original.
Esse primeiro problema é corrigido pela regeneração, ou seja, o novo nascimento pela fé em Cristo Jesus que morreu por nós. A regeneração através de Cristo reverte a direção das tendências da natureza humana e, as pessoas se tornam capazes de ter atitudes que agradam a Deus. A isso chamamos transformação.
O segundo problema é que o ser humano se tornou culpado por não atender as expectativas de Deus e, por isso, merece ser punido, castigado. É exatamente desse problema que se trata a justificação.
Para compreendermos a justificação, primeiro, precisamos entender o que é justiça, segundo a Bíblia, porque justificação é uma recuperação da pessoa ao estado de justiça. No Antigo Testamento a palavra usada é tsadaq, que significa “ser justo” ou conformar-se com um regulamento. O regulamento varia de acordo com a situação. Por exemplo: Em 1º Samuel 24:17 e 26:23, Davi recusou-se a matar Saul e, por isso, foi considerado justo, porque atendeu aos padrões do relacionamento entre um súdito e um monarca. Assim, entendemos que por justiça compreende-se o viver de acordo com os padrões estabelecidos para um relacionamento.
O Antigo Testamento ainda apresenta, com frequência, o conceito de justiça em contextos juridicos onde a tarefa do juiz é condenar o culpado e absolver o inocente. No caso, Deus é juiz de todos e os absolvidos são considerados corretos em relação a Deus porque cumpriram o que Deus esperava no relacionamento. Sendo assim, no Antigo Testamento, justificar significa certificar que a pessoa é inocente e, depois, declarar o que de fato é a verdade: que ela é justa e cumpriu a lei.
O Novo Testamento vai além dessa concepção da justificação. Em Romanos 4:5, Paulo afirma que Deus justifica o ímpio, quando na verdade a justiça exige que estes sejam condenados. Ao contrário do que se espera Deus justifica o ímpio e se mostra justo ao fazê-lo, porque faz, à parte das obras da lei. No Novo Testamento, a justificação é a declaração de Deus, pela qual, em razão da suficiência da morte expiatória de Cristo, Ele afirma que o cristão cumpriu todas as exigências da lei que lhe diz respeito. A justificação é, então, um ato de atribuir a justiça de Cristo ao crente. Não é colocar a santidade no indivíduo, mas, sim, declarar que a pessoa é justa, como um juiz faz ao absolver um acusado.
Compreendendo o que é a graça:
Graça significa “favor imerecido”. No Antigo Testamento apalavra “hen” significa que uma pessoa recebe um favor não merecido de alguém superior. No Novo Testamento a palavra usual é “charis”, termo usado com um significado amplo na literatura grega, mas sua aplicação mais básica geralmente enfatizava os sentidos de favor, perdão, consideração favorável e gratidão. O Novo Testamento também usa a palavra eleos, que possui o sentido de “misericórdia”, mas é geralmente traduzido pela palavra “graça” porque se ajusta melhor ao texto.
Se graça significa “favor imerecido”, ela caminha no sentido contrário à justiça que, no caso é merecida ao pecador. O pecado não foi apenas um erro de alvo para com Deus. Ele nos tornou seres alienados, separados de Deus e de Sua glória, merecedores de castigo e, incorrendo na ira de Deus (Romanos 3: 23-26).
Diante da situação catastrófica do ser humano diante de Deus, Ele escolheu amar aquele que se perdeu punindo na pessoa de Cristo os pecados do mundo inteiro. Jesus se tornou o cordeiro morto favorecendo a humanidade com a possibilidade de reconciliação com Deus.
Ao dizermos que a justificação é pela graça, significa que ela envolve três partes: 1ª) Jesus decidiu voluntariamente se entregar e se unir ao pecador; 2ª) o pecador, se dispõe, conscientemente a entrar nesse relacionamento; 3ª) O Pai (Deus), de bom grado aceita. Ninguém é constrangido a fazer nada, que não queira, e toda a questão se torna completamente ética e legal.
Diante disso, observarmos que a salvação e a justificação pela graça em Cristo Jesus é um presente de Deus, mas continua sendo algo proposto que depende, também, de nossa livre escolha. Ele não nos obriga, mas nos ama, nos convence e nos espera retornar “pelo novo e vivo caminho” (Hebreus 10:20), que é Cristo, nos tornando justos e, não mais, separados de Sua glória.

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PARA MEDITAR E APLICAR EM CASA

A justificação é algo necessário porque nosso pecado nos torna culpados diante de Deus e merecedores do castigo eterno. Pela fé em Jesus a graça de Deus nos alcança e Ele nos justifica porque colocou toda a nossa culpa em Cristo, na morte de cruz.
É nosso dever como cristãos salvacionistas adotarmos um comportamento que honre a Cristo e glorifique a Deus por causa de Seu amor por nós e por todo a obra de salvação. Continuamos não sendo merecedores, mas Ele decidiu pagar o preço por nós. Devemos nossas vidas a Ele.

Leitura Complementar: Hebreus 10:1-27

Lição escrita pela Major Raquel