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LIÇÃO 37 - SÍMBOLOS SALVACIONISTAS: O UNIFORME, A BANDEIRA, O ESCUDO ECLESIÁSTICO E O ESCUDO SOCIAL Empty LIÇÃO 37 - SÍMBOLOS SALVACIONISTAS: O UNIFORME, A BANDEIRA, O ESCUDO ECLESIÁSTICO E O ESCUDO SOCIAL

Ter Mar 07, 2023 11:26 am
Símbolos Salvacionistas: O Uniforme, a Bandeira, o Escudo Eclesiástico e o Escudo Social

DA BÍBLIA
Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus. Mateus 5:16.

OBJETIVOS
Como resultado dessa lição os Cadetes Locais irão conhecer e entender o significado de cada um dos símbolos salvacionistas

PARA SE APROFUNDAR
Queridos cadetes locais,

Aleluia!
Que prazer podermos compartilhar um pouco sobre o surgimento, propósitos e uso dos itens de nosso vestuário que nos identificam como pertencentes ao Exército de Salvação. Eles são um cartão de visitas quando estamos em locais onde não conhecemos ninguém anteriormente. São uma ponte para a camaradagem entre salvacionistas e outros cristãos de terras distantes. São uma declaração de que estamos a serviço de Deus e para as outras pessoas. São um testemunho não falado de que pertencemos a Deus e Seu povo.

Na lição de hoje vamos tocar nos quatro itens listados acima. Depois de 158 anos de vida, é importante repassar porque somos o que somos e porque certas características tão singulares foram sendo adotadas. A história de qualquer movimento religioso é o resultado de uma caminhada do Espírito Santo com um povo num contexto histórico-cultural. Tem lugar, data, circunstâncias, pessoas, acontecimentos. Na verdade, se torna uma herança. Se não entendermos o significado e o propósito, corremos o risco de achar que tudo é apenas uma tradição sem sentido, um museu.

No mundo atual a necessidade de aprendermos a viver o salvacionismo plenamente como Deus deseja passa por entendermos o coração das primeiras gerações do Exército de Salvação. E desejamos que algo disso seja compartilhado ao lermos um pouco sobre nossos símbolos.

O uniforme
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Fosse na Missão Cristã ou seja no Exército de Salvação atual, a ideia do testemunho dado de forma clara em público sempre foi uma nota muito forte. Envergar o uniforme publicamente costuma ser um desafio pessoal para muitos, mas é uma declaração sem palavras, um testemunho público bem visível e um resguardo para seu próprio portador.

A Comissária Kay Rader (A) disse: “eu visto o meu batismo todos os dias”. Isto é, cada vez que ela veste seu uniforme salvacionista ela o faz primeiramente para Deus e como um testemunho público de que está consagrando sem reservas e de modo contínuo a sua vida a Deus e Seu serviço. As pessoas ao seu redor devem saber que por onde quer que ela ande, ali segue uma pessoa purificada pelo sangue de Jesus, separada e comprometida sinceramente com Deus e pronta para servir as pessoas em Seu nome.

O uso do mesmo uniforme por soldados e oficiais é também um sinal e um lembrete externo de nossa crença no sacerdócio geral dos crentes. Todos, do jovem soldado ao General, usamos o mesmo uniforme enfatizando essa verdade bíblica. Todos ministramos uns aos outros.

Os uniformes surgiram em nossas fileiras bem antes do nome Exército de Salvação. Era comum algum tipo de vestuário que identificasse nossos primeiros evangelistas como religiosos. A cartola era muito útil para começar um ar livre enquanto o pregador colocava seu chapéu no chão e conversava com ele até formar-se uma plateia. O guarda-chuva era utilizado para dirigir o canto durante as marchas.

Quando foram abertos os procedimentos públicos do Congresso de Guerra de 1878, Elijah Cadman declarou: “Eu gostaria de vestir um traje que permita que todo munda saiba que eu quero dizer guerra até os dentes e salvação para o mundo!”

Quando a Missão Cristã tornou-se o Exército de Salvação em 1878, rapidamente  reconheceu-se que seria apropriado adotar algum tipo de uniforme do tipo militar. Em novembro do mesmo ano decidiu-se por essa adoção. Aí surgiu todo tipo de uniforme inventado e adaptado. A regularização só aconteceu em 1880.

Fitas com a inscrição “Exército de Salvação, Sangue e Fogo” passaram a ser usadas nos chapéus ou nos braços. Surgiram os primeiros “S”s e escudos em metal para colocar nos colarinhos ou nos chapéus. A utilização dos uniformes por parte dos oficiais não necessitou de nenhuma ordem escrita. Logo todos estavam usando seus uniformes.

Em 1883 o General dirigiu-se aos oficiais locais e disse-lhes que, sempre que a serviço, deveriam portar algum sinal de que eram soldados no Exército de Salvação.

Um dos motivos dessa uniformização e regularização foi o impacto que isso produzia nas pessoas de fora quando nossas tropas, pequenas ou grandes, marchavam.

Na parte prática, uma das preocupações foi prover os soldados e oficiais com artigos com preço acessível. O uniforme deveria ser simples, mas digno. E também tinha que ser forte para proteger quem o vestia. É bom lembrar que essa época de grande crescimento (só em 1878 passamos de 30 para 75 corpos e de 36 para 120 evangelistas) também é marcada pela oposição violenta a partir de outubro de 1879. Então o uniforme também tinha que incluir um chapéu feminino (1880) que protegesse sua portadora de golpes na cabeça. Mas isso não impediu as Capitãs Susannah Beatty e Sarah Jane Broadhurst de serem promovidas à glória em consequência dos ferimentos sofridos durante esses ataques promovidos pelos donos dos pontos de venda de bebidas alcoólicas.

A cor azul tem um significado religioso bem anterior ao nascimento do Exército de Salvação. No Antigo Testamento, a cor azul, a cor do céu, era frequentemente usada com o branco ou púrpura em contexto de realeza. O uso era ainda mais frequente na associação com o tabernáculo, tecidos do templo e da passamaneria das borlas sagradas do tzitzit , e por isso, era considerada a “cor de Deus”.

Dessa associação com o que é consagrado, dedicado, separado, santificado para Deus veio o seu uso para dentro do Exército de Salvação.

O uniforme varia através da época e do contexto cultural. A cor azul, embora padrão na bandeira tricolor salvacionista, não é usada nos uniformes em todos os territórios. No Território do Brasil já usamos, além do azul, uniformes branco e cinza. Em outros territórios atualmente a cor padrão é o branco, em outros, o cáqui. Em outros ainda o cinza. A adaptabilidade vai conforme a cultura local, como em Tonga, onde o uniforme para os homens inclui um saiote de palha trançada. Na Índia, as mulheres vestem o sari. No Paquistão as mulheres usam calças sob as batas de cor cinza. Nesses dois países uma das abas do uniforme cobre as suas cabeças quando elas oram.

Cada Território tem permissão do QGI (Quartel General Territorial) para adotar dois uniformes. É por isso que aqui no Brasil usamos o chamado uniforme de verão com a blusa/camisa branca e o uniforme de inverno ou gala, com a túnica azul. Há também a possibilidade de se pedir aprovação ao Quartel Nacional para que algum grupo utilize um uniforme próprio, como as túnicas brancas da primeira Banda Territorial de c. 1932.

Desde a liderança dos Comissários Peder e Janet Refstie, o uso do quépi e chapéu feminino foi considerado facultativo, porque ainda há ocasiões em que pode ser mais apropriado apresentar-se usando esses complementos.

De qualquer maneira é sempre um privilégio e uma responsabilidade vestirmos uma vestimenta que significa que portarmos as cores e a missão de Deus.

A bandeira
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Cada vez que temos uma cerimônia de dedicação de criança, um alistamento, um comissionamento, emposse ou aposentadoria de Oficial, um casamento de salvacionistas, etc. pede-se que um salvacionista devidamente uniformizado porte a bandeira salvacionista. Ela é um símbolo de que em todas essas cerimônias estamos mantendo a consciência de que somos parte da grande força de Deus na Guerra de Salvação.

Cada Corpo, sessão do Colégio de Cadetes, instituição e quartel tem sua bandeira. Também é possível solicitar autorização para a confecção de bandeiras para as seções de um Corpo ou uma unidade diferenciada associada ao Território, como é o caso da Banda e Brigada Nacionais do Brasil.

É um pedaço simples de tecido com as cores mais básicas, mas ainda assim, suas cores servem para nos lembrar que nos alistamos e combatemos debaixo de suas cores, debaixo da autoridade e poder de Quem nos fazem lembrar. E essas cores representam o Pai (azul), o Filho (vermelho) e o Espírito Santo (amarelo).

Ainda na época da Missão Cristã (1865-1878), cada vez que uma nova frente de trabalho era aberta, o termo usado frequentemente era “desfraldando a bandeira da Missão”. No topo do Estrela do Oriente, então sede da Missão Cristã em 1867, havia uma bandeira com as palavras “Missão Cristã do Leste de Londres”. No ano de 1874 já se discutia “a cor, o caráter e o expediente” de uma bandeira. Em 1876 William Booth escreveu à Sra. Billups: “Estamos pensando em ter uma bandeira, e se assim for, o campo carmesim e uma beirada azul. O que você acha? O carmesim significando a expiação e o azul a pureza.”

Quando passamos da Missão Cristã para Exército de Salvação no ano de 1878, o primeiro dos emblemas que marcou a adoção do sistema militar foi a bandeira.

No final de semana de 28 a 30 de setembro daquele ano, a Sra. Catherine Booth apresentou a primeira bandeira salvacionista à Sra. Capitã Reynolds em Coventry, Reino Unido, no final de uma campanha de sete semanas.

Ali ela explicou o seu significado, como faria cada vez que executava essa tarefa:

“O carmesim representa o precioso sangue pelo qual todos fomos redimidos; o azul é o emblema escolhido de Deus da pureza; o sol representa tanto a luz como o calor, a luz e a vida dos homens; e o lema “Sangue e Fogo”, o sangue do Cordeiro e o Fogo do Espírito Santo. A bandeira é um símbolo primeiro da nossa devoção ao nosso grande Capitão no Céu e para o grande propósito pelo qual Ele desceu e derramou Seu sangue a fim de que Ele pudesse remir homens e mulheres do pecado, da morte e do inferno!
Segundo, esta bandeira é emblemática de nossa fidelidade ao nosso grande encargo. Jesus deseja somente soldados fiéis a fim de ganhar os pagãos por Sua herança e as partes mais distantes da terra por Sua possessão. Deus nos ajude a sermos fiéis... fiéis à consciência, aos princípios, ao homem e a Deus.
Esta bandeira também é um emblema de vitória! Nesta nossa guerra a vitória é segura... Mas por qual poder esta vitória será alcançada? Pelo fogo! O Espírito Santo!”


Em setembro de 1881 o General William Booth apresentou a bandeira do Corpo de Exeter e ele disse naquela ocasião que dificilmente poderia dizer que as cores haviam sido sua invenção. Eles haviam seguido o povo. Em todo o país os corpos estavam usando bandeiras de vários tipos em suas marchas e isso chamou-lhe a atenção para que, se afinal fossem usar bandeiras, pudessem ter uma bandeira.

Em 1882 apareceu a atual estrela em substituição ao sol. Em junho daquele ano, no lançamento da pedra fundamental do salão do Corpo de Penzance, o Fundador  explicou que a estrela amarela significa o Espírito Santo.

No centro da bandeira vem o lema “Sangue e Fogo” referindo-se ao sangue de Jesus e ao Fogo do Espírito Santo, doutrinas centrais à nossa fé. São ênfases à obra salvadora e santificadora de Deus. Daí que vêm as designações das reuniões de salvação e de santidade. Entre nós salvacionistas é costume nos referirmos a “camaradas sangue e fogo” para descrever irmãos lavados no sangue do Cordeiro e cheios da santa alegria e unção do Espírito Santo.

O escudo
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A primeira aparição do escudo salvacionista foi em 26 de março de 1879, no cabeçalho de uma carta de Bramwell Booth para Elijah Cadman.

Logo depois do Congresso de Guerra de 1878 o Capitão William H. Ebdon submeteu ao Quartel um esboço do escudo. A única alteração que esse projeto inicial sofreu foi o acréscimo da coroa na parte de cima. A descrição oficial do escudo diz que seu emblema apresenta as principais doutrinas do Exército de Salvação:

1. A figura circular, o sol, representa a luz e o fogo do Espírito Santo;
2. A cruz no centro, representa a cruz de nosso Senhor Jesus Cristo;
3. O “S” significa salvação;
4. As espadas significam a guerra de salvação;
5. As marcas de tiros, representam as verdades do Evangelho, que devem penetrar profundamente na alma humana;
6. A coroa, representa a coroa de glória que Deus dará a todos os Seus soldados que forem fiéis até o fim.

Observação: por muitos anos os escudos dos EUA foram encimados por uma águia de asas abertas e não pela coroa.

O escudo do músico salvacionista é uma variante desse escudo e tem uma particularidade: ele traz duas trombetas de chifre cruzadas embaixo do escudo. Elas são, na verdade, shofarot. Feitos principalmente de chifre de carneiro, eram uma lembrança do animal que Deus proveu a Abraão em lugar de Isaque. Somente os sacerdotes podiam tocá-los e os levitas não tinham permissão de tocá-los. Nas Escrituras, o shofar tem o propósito de despertar as pessoas espiritualmente. Ao toque das trombetas dos sacerdotes o povo de Deus no Antigo Testamento se unia e se colocava em formação debaixo de sua bandeira e diante do Seu trono.

O escudo normal de músico salvacionista é dourado. O shofar dourado era reservado para o Ano do Jubileu, o Ano da libertação. Não é à toa que entre os primeiros cânticos entoados pelos salvacionistas o número 387 diz no original: “Marchai! Marchai! Nós trazemos o Jubileu”. Os primeiros salvacionistas criam de todo coração que estavam trazendo esse tempo oportuno de libertação para a vida de sua geração. Que nossos músicos possam ter ciência desse privilégio de trazer o dia da libertação para a vida de milhares de milhares em alto e bom som hoje através de sua música.

Mais uma última variante é o escudo do grau de comissário e de General. Esses dois trazem em baixo dois ramos cruzados de louros.

O escudo vermelho
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O escudo vermelho do Exército de Salvação foi usado pela primeira vez em 1915 no início da Primeira Grande Guerra Mundial e foi oficialmente lançado pelo Coronel Walter Peacock, um oficial salvacionista canadense. Desde então o escudo vermelho (Red Shield) foi adotado como um símbolo da marca do Exército de Salvação internacional. Hoje é um emblema de ajuda e esperança nos 133 países onde servimos, especialmente nas ações internacionais de emergência e catástrofes, inclusive junto à ONU.

PARA MEDITAR E APLICAR EM CASA

Reflita nos elementos apresentados nessa lição. O que eles representam para você? Como eles tem influenciado e participado da sua vida e da sua espiritualidade como um cristão salvacionista?
Depois de fazer essa reflexão escreva suas conclusões e discuta no começo da próxima aula de Cadetes Locais.

NOTAS

1 Mesmo em férias na casa dos pais, minha tia, a Tenente Kiyome Sakamoto (1929-1957), costumava usar um broche salvacionista em sua roupa civil. O Sargento Condino do Corpo Central ia para seu emprego sempre portando algum broche para testemunhar de sua fé.
2  Os tzitzit são as quatro franjas nos cantos das vestes que o judeu veste para lembrá-lo constantemente de que é um servo de Deus. “«Que façam para eles tzitzit (franjas) sobre as bordas das suas vestes, pelas suas gerações e porão sobre os tzitzit da borda um cordão azul celeste. E será para vós por tzitzit e vereis e lembrareis todos os mandamentos de Deus e os cumprireis e não errareis indo atrás do vosso coração e atrás dos vossos olhos, atrás dos quais vós andais errando; para que vos lembreis e cumprais todos os Meus mandamentos e sejais santos para com vosso Deus.» (Números 15:38–41)”. “Franjas farás para ti e as porás nos quatro cantos de tua vestimenta com que te cobrires.» (Deuteronômio 22:12). Foi nessas borlas da veste de Jesus que a mulher com hemorragia tocou em Mateus 9.20-22.
3 The International Standard Bible Encyclopedia, Volume One: A-D, Geoffrey W. Bromiley – General Editor, Michigan, Grand Rapids, William B. Eerdmans Publishing Company, 1979, p. 731.
4 Sandall, Robert, The History of The Salvation Army, Volume Two 1878-1886, New York, The Salvation Army Supplies and Purchasing Department, Reprint 1979. p. 38 ss.

Lição elaborada pelo Major Nelson Wakai - Oficial Dirigente do Corpo de Brasília - Divisão do RJ

C. Michelle Lange - CIFAV gosta desta mensagem

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