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LIÇÃO 38 - COSTUMES SALVACIONISTAS: A SAUDAÇÃO COM "ALELUIA!", O BANCO DE MISERICÓRDIA, AS MARCHAS E A LITURGIA Empty LIÇÃO 38 - COSTUMES SALVACIONISTAS: A SAUDAÇÃO COM "ALELUIA!", O BANCO DE MISERICÓRDIA, AS MARCHAS E A LITURGIA

Ter Mar 07, 2023 11:48 am
COSTUMES SALVACIONISTAS: A SAUDAÇÃO COM "ALELUIA!", O BANCO DE MISERICÓRDIA, AS MARCHAS E A LITURGIA

DA BÍBLIA

Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas. Filipenses 4:8

OBJETIVOS
Conhecer e entender os costumes e a cultura salvacionista

PARA SE APROFUNDAR

Hoje temos a oportunidade de entender um pouco sobre práticas e costumes salvacionistas usados frequentemente. Algumas têm ou podem adquirir um significado espiritual, teológico e experimental mais profundos de acordo com a vivência de cada um.

COSTUMES SALVACIONISTAS:

A saudação ou continência salvacionista
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A saudação salvacionista é dada ao apontar para cima com o dedo indicador da mão direita. Essa saudação significa reconhecer no outro um concidadão do, ou um peregrino em direção ao, Céu e o testemunho de que continua fazendo todo o possível para levar outros para lá. Significa dizer “eu ainda estou indo rumo ao Céu e fazendo tudo para levar mais gente comigo para lá”.

Normalmente esse sinal é acompanhado da exclamação “Aleluia” que, traduzida do hebraico significa “louvemos a Yah”, onde Yah é uma contração do nome Yahweh, traduzido em geral em nossas bíblias na língua portuguesa como SENHOR.

Nos casos de sermos saudados com a continência militar, em ocasiões apropriadas, é-nos permitido responder com o mesmo gesto que a pessoa nos saudou.

O Banco de Misericórdia
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Quando uma criança assina seu compromisso de jovem soldado ou a sua renovação, um adulto assina seus Artigos de Guerra ou um Cadete assina seu Pacto de Oficial, na maioria das vezes, o faz ajoelhado e acompanhado por alguém para orar junto no chamado banco de misericórdia.

O final das reuniões regulares, acampamentos, retiros, concentrações ou conselhos para oficiais termina com um convite para a pessoa tomar algum passo de fé em direção a Deus e pede-se que quem quer manifestar isso publicamente venha até o banco de misericórdia para orar sozinho ou com a ajuda de alguém.

Uma característica dos salões de Corpos e capelas de quartéis e Colégios de Cadetes salvacionistas em todo o mundo é esse móvel, geralmente colocado entre a plataforma e a congregação, apropriado para a pessoa ajoelhar-se. Nas reuniões ao ar-livre utiliza-se em seu lugar o bumbo, uma cadeira ou mesmo só um pedaço de tecido estendido no chão, mas a intenção do uso é o mesmo do móvel do salão.

O nome banco de misericórdia tem sua origem na tradução inglesa do termo hebraico kapporet, utilizado no Antigo Testamento.  Na língua portuguesa, é traduzido por propiciatório ou local da expiação. Kapporet designa a tampa de ouro da Arca da Aliança, “que ficava no santuário interno do tabernáculo ou do templo. Deus prometeu que, de cima do kapporet, se encontraria com os homens (Nm 7.89). Era o local onde Deus se tornaria 'propício' ou 'favorável' aos homens” . No Exército de Salvação, mantivemos a tradução provinda da língua inglesa.

Nós herdamos seu uso do movimento avivalista de John Wesley (1703-1791, Inglaterra), fundador do metodismo. Sendo que outro avivalista bem conhecido, Charles Grandison Finney (1792-1875, EUA), também usou o Banco de Misericórdia quando convidava as pessoas a tomarem uma decisão por Deus após suas pregações.

A ideia de usar o banco é de a pessoa confessar publicamente sua busca por Deus. Tem o nome de Banco de Misericórdia ou Banco de Penitentes porque o apelo é frequentemente voltado ao arrependimento da vida de pecado e sem Deus. Mas também é um lugar de oração, petição, intercessão, cura, perdão, reconciliação, consagração e busca pelo poder do alto. É um lugar de encontro com Deus para todos, sem distinção.      

Como oficiais, prometemos fazer do Banco de Misericórdia um ponto focal do nosso ministério. Isto quer dizer que, em todas as ocasiões possíveis vamos procurar levar as pessoas a um encontro com Deus, sejam já cristãs ou não.

O querido Comissário Samuel Logan Brengle dizia que devemos ter sempre um Banco de Misericórdia dentro de nosso coração. Devemos ter um tempo regular e espaço adequado para entrar na Presença de Deus continuamente. Devemos estar acostumados a sentir essa necessidade de buscar Sua comunhão e de estarmos rendidos a Ele. E ter certeza de que dali saímos tendo estado realmente em Sua Presença renovadora e vivificadora.

As marchas
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Desde sua conversão em 1844, aos quinze anos de idade, o jovem William Booth e seus associados na tarefa de ganhar os pecadores para Jesus faziam questão de marchar pelas ruas da vizinhança junto dos seus novos convertidos em caminho à igreja. Eles entendiam que essa ação era uma maneira delas testemunharem a todos os seus vizinhos que tinham mudado de vida pelo poder de Deus.

Ainda bem no início da Missão Cristã, no ano de 1865, os evangelistas e seus convertidos marchavam do ar-livre até o salão de dança que alugaram, depois que a tenda inicial estragou, cantando o cântico 204:

Estamos marchando à terra dos santos,
Mansão dos remidos, já livres do mal.
Tu andas errante e de Deus muito longe?
Oh! dize, queres ir para o Éden celestial?

Queres tu entrar no céu,
Para o gozo do Senhor?
Oh! dize, queres ir
Para o Éden celestial?


A necessidade de se fazer uma declaração ou voto público de lealdade/compromisso único para com Jesus como Senhor e Salvador foi ensinado por Ele mesmo nas Santas Escrituras: "Quem, pois, me confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante do meu Pai que está nos céus.” Mateus 10:32. A palavra confessar é uma tradução do grego bíblico koinê homologeo, que significa “expressar abertamente a sua lealdade a uma pessoa”

Essa declaração pública de compromisso e lealdade tem sido expressa em várias maneiras tanto na Bíblia como na história da igreja. Vai da confissão do ladrão crucificado ao lado de Jesus na cruz, do batismo desde os primeiros cristãos advindos do judaísmo e do mundo gentílico, das confissões públicas de fé dos mártires.

No caso do Exército de Salvação acontece quando a pessoa dá seu testemunho de salvação, quando é alistada, quando é comissionada ou nomeada e promete tal lealdade em sua nova responsabilidade. No cotidiano do lar, do serviço, dos estudos e relacionamentos através de uma vida que demonstra que pertence a Deus e que reflete a mente, o caráter e o coração dEle.

Mas também acontece quando sai em público vestindo seu uniforme. É uma declaração pública de seu compromisso com Deus e Sua obra. Ao marchar, seja em número pequeno como nos grandes congressos, junto aos camaradas cantando, pregando, testemunhando e orando ao ar-livre, estamos em público dizendo que não apenas fizemos um compromisso em algum tempo anterior, mas que o compromisso de lealdade continua vivo.

Porém, a intenção das marchas não é somente de testemunhar o que aconteceu de maravilhoso conosco, é também um convite aos de fora para que se juntem a esse Exército em constante guerra da salvação. É um testemunho e um convite: “Vinde conosco por Cristo lutar! ”, no original: “Come join our Army, to battle we go!”, que traduzido é: “Venha, junte-se a nosso Exército, à batalha nós vamos”.

Hoje em dia marchamos muito pouco em relação à frequência do passado, mas ainda o fazemos quando no trajeto entre um bombardeio (ar-livre relâmpago) e outro. Quando temos alguma celebração especial no Corpo, nos Congressos, etc.

Alguns tivemos o privilégio de marchar seguindo a bandeira por ocasiões festivas de nossos Corpos, outros em eventos divisionais e ainda outros nos grandes congressos territoriais e internacionais. É sempre um privilégio marchar por Jesus lado a lado com nossos camaradas.

Continuamos sendo um “Exército que marcha sobre seus joelhos”, isto é, não podemos avançar sem o poder e discernimento concedidos por meio da oração. O Fundador costumava dizer que oração e ação são como os dois pés que usamos para andar: agir sem orar é arrogância e orar e não agir é ofender a Deus a Quem buscamos pedindo direção.

Marchar nos lembra que somos soldados de Deus, que há uma grande guerra de salvação ocorrendo bem na frente de nossos olhos e que temos as armas espirituais eficientes do nome de Jesus, da fé, oração, Palavra crida e pregada, jejum, mentoria, comunhão, reconciliação para usar em nosso combate.

A liturgia
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O Exército de Salvação nasceu da Sociedade Cristã de Reavivamento do Leste de Londres . Nós nascemos de pessoas que buscavam o avivamento e receberam a resposta de Deus. Somos um povo avivado, o resultado de um avivamento, e como diziam os antigos, “um Exército que nasceu do fogo não pode contentar-se com fumaça”.

Nosso movimento foi sendo formado por Deus e a cada geração temos procurado obedecer ao direcionamento dEle. Os Fundadores não planejaram que a Missão Cristã fosse formatada até tornar-se o Exército de Salvação. Antes, eles seguiram o que Deus estava fazendo no meio deles e o que resultou de sua caminhada juntos, povo e Deus, foi o Exército.

Aquilo que hoje é tido como estabelecido, nasceu de uma forma bem espontânea nos anos de formação. Nossa liturgia era bastante flexível e havia bastante espaço para testar novos métodos assim como também para deixá-los se não funcionassem. Mas os princípios foram sendo discernidos e fortalecidos.

Nossa liturgia, nossa maneira de adorar, obedece a ordem de servir a Deus através de um culto onde “Tudo seja feito com decência e ordem” I Coríntios 14.40, o culto racional de Romanos 12.1, com a devida reverência a Deus, como também dando espaço para a atuação do Espírito de Deus e as manifestações legítimas das pessoas.

As Ordens e Regulamentos para Oficiais do Exército de Salvação dizem:

• A reunião de salvação é aquela cujo principal propósito é levar o não convertido a buscar a salvação.
• Os principais propósitos da reunião de santidade são:
◦ Levar as pessoas a gozarem da experiência da santidade;
◦ instruir os que possuem a bênção sobre como mantê-la e desenvolvê-la, mostrando como discernir e resistir ao maligno, compreender a vontade de Deus e lutar pelas almas;
• O propósito da reunião de louvor é encorajar o povo de Deus a expressar a alegria da salvação de maneira que atraia os ainda não convertidos às grandes alegrias cristãs.
◦ Deve-se dar plena oportunidade aos salvacionistas para que falem livremente sobre sua experiência espiritual. O mais hesitante deve ser encorajado a participar.
◦ A música e os cânticos devem ser escolhidos cuidadosamente de acordo com o espírito e o propósito da reunião.
◦ Em algumas ocasiões uma medida especial de liberdade pode ser encorajada para dar plena oportunidade de apresentar o entusiasmo tipicamente salvacionista de uma religião feliz.
• As reuniões para juvenis são da maior importância porque uma vez atraídos, podem ser ganhos para Deus e trazidos a tornarem-se salvacionistas e líderes no futuro.
◦ Cada reunião dessas deve fazer algo para desenvolver aqueles presentes como salvacionistas eficientes, especialmente compreenderem e experimentarem a conversão verdadeira;
◦ As reuniões para juvenis podem ser de vários tipos;
◦ Sempre que possível certa classificação dos juvenis é desejável para se obterem melhores resultados;
• As reuniões ao ar-livre são um ramo vital do Exército de Salvação cuja importância não pode ser ignorada, uma vez que muitas pessoas só podem ser alcançadas assim.
◦ Apesar de o alvo principal do ar-livre ser a salvação dos não convertidos, não se pode esquecer das necessidades dos outros ouvintes.
◦ Essas reuniões também são úteis para trazer pessoas para as reuniões no salão, fazer a mensagem do Exército conhecida e compreendida e treinar e desenvolver os salvacionistas .
• Reuniões de meia noite de vigília ou de noite inteira de vigília de oração são convocadas por várias razões:
◦ Aprofundamento da vida espiritual e consagração dos soldados;
◦ Pedir por uma visitação de Deus sobre sua vizinhança ou cidade;
◦ Clamar a Deus numa grande calamidade;
◦ Buscar a bênção e preparação de Deus antes de uma campanha especial.

Outras observações das O&R:

• Sempre se deve dar lugar para a leitura bíblica, a mensagem e ao testemunho pessoal.
• O canto e a música devem ser cheios da verdade da salvação e adaptados ao público ouvinte;
• Sempre deve haver oração fervorosa e sincera;
• Deve-se fazer todo esforço para se estabelecer um contato pessoal com ouvintes da vizinhança.
• A manutenção da ordem é essencial para o desenvolvimento da obediência, atenção e reverência.
• Cada reunião deve culminar sempre em uma reunião de oração quando todo esforço deve ser feito para trazer as pessoas ao ponto da decisão. O banco de misericórdia deve estar acessível e os conselheiros estarem prontos.

Termino com uma citação do Livro de Cerimônias do Exército de Salvação: “deve combinar a formalidade que a ocasião exige com o toque pessoal, a espontaneidade, a liberdade e o calor humano, que são as características de uma reunião do Exército de Salvação.”

Romanos 14.23 diz: “Tudo o que não provém de fé é pecado.” Todos esses costumes devem ser oportunidades de manifestar externamente as realidades espirituais que experimentamos e vivemos. A teologia salvacionista diz que nossa vida é um sacramento, ou seja, que cada um de nós deve ser uma manifestação visível da graça invisível de Deus. Precisamos ter conteúdo espiritual sólido, robusto e profundo para que essas expressões exteriores tenham realmente algum significado e tragam impacto espiritual tanto para os de dentro como para os de fora.

PARA MEDITAR E APLICAR EM CASA

Você já tinha parado para pensar na riqueza de nossa tradição, dos nossos costumes e do "jeito de ser" salvacionista?
Depois dessa lição marque um encontro com seus amigos e converse sobre a identidade de um salvacionista, sobre resgatar aquilo que faz parte de quem nós somos e sobre ter orgulho da nossa história.
Depois dessa conversa vocês podem, juntos, fazer a opção de se consagrarem no Banco de Misericórdia e passarem a viver um salvacionismo ainda mais profundo e intenso.

NOTAS

1 Sandall, Robert, The History of The Salvation Army, Volume Two 1878-1886, New York, The Salvation Army Supplies and Purchasing Department, Reprint 1979. p. 40.
2  Harris, Archer Jr., Waltke, Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, São Paulo, Edições Vida Nova, 1998, p. 744
3 Deve ter sido muito interessante observar os nossos primeiros camaradas marchando ao som de uma música ¾, ou seja, em ritmo de valsa.
4 Louw & Nida, Greek-English Lexicon of The New Testament Based on Semantic Domains – Volume I, New York, United Bible Societies, Second Edition, 1989, p. 419.
5 Pearson, William James, (Coronel do Exército de Salvação), Cancioneiro Salvacionista, número 399.
6 Horridge, Glenn K., The Salvation Army Origins and Early Days: 1865-1900, Godalming, Ammonite Books, UK, 1993, p. 15
7 Cerimônias do Exército de Salvação, São Paulo, Exército de Salvação, 1992, p. 25-26.

Lição elaborada pelo Major Nelson Wakai - Oficial Dirigente do Corpo de Brasília - Divisão do RJ

C. Michelle Lange - CIFAV gosta desta mensagem

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