Cadetes Locais 1.0
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LIÇÃO 55 - PANORAMA BÍBLICO - PROFETAS MENORES I Empty LIÇÃO 55 - PANORAMA BÍBLICO - PROFETAS MENORES I

Seg Fev 05, 2024 9:58 am
Profetas Menores

Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas e Miquéias

DA BÍBLIA
Cada um dos livros é pequeno e sua leitura traz informações importantes que ajudam a entender a vontade de Deus tanto no plano individual quanto no plano nacional. Você vai viajar na história e aventuras de pessoas como eu e você, chamados por Deus para fazer conhecido o nome do Senhor.

OBJETIVOS
Como resultado dessa lição os Cadetes Locais irão:
• Conhecer mais sobre o contexto histórico da nação israelita do Velho Testamento;
• Aprender sobre a vida dos profetas, seus desafios e a coragem que tiveram para enfrentar situações adversas durante seu ministério;
• Conhecer o pensamento de Deus em relação à rebeldia do povo, como Deus Se deu a conhecer através da tratativa falada pelos profetas.

PARA SE APROFUNDAR
Contexto:
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A história dos Profetas Menores começa após o reinado de Salomão. O herdeiro do trono, Jeroboão, exigia impostos ainda mais altos e houve uma grande revolta que dividiu a nação. Dez tribos do norte resolveram formar a nação chamada Israel e duas tribos do sul formaram Judá.
Cada nação teve seus reis e profetas e Deus tratou com ambas da mesma forma, chamando à atenção, exemplificando os problemas que enfrentariam caso permanecessem com o mesmo comportamento. A capital do reino do norte era Samaria e a capital do reino do sul, Jerusalém.

O Livro de Oséias
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O nome Oséias, significa “Salvação” e faz todo o sentido em relação à mensagem que ele trouxe ao povo.
O profeta Oseias era filho de Beeri. Acredita-se que era natural do Reino do Norte.  A época era de muitas inconstâncias políticas internas e um cenário internacional turbulento. A injustiça, a corrupção e a falta de aplicação da lei caracterizavam a monarquia de Israel. Além disso, o povo de Israel havia se corrompido com a religião cananeia. Os israelitas passaram a adorar a Baal como o provedor da fertilidade e prosperidade, e o próprio rei Jeroboão criou dois locais de adoração, um ao norte (cidade de Betel) e outro ao sul (cidade de Dã). Os líderes religiosos de Israel, que deveriam auxiliar e conduzir o povo a uma vida de santidade, começaram a tolerar aquela situação. Motivados por ganância, alguns até mesmo incentivavam o povo em sua apostasia. Provavelmente Oseias foi um contemporâneo mais jovem do profeta Amós.
Deus ordenou a Oséias que se casasse com uma prostituta e tivesse filhos. Deus usa esta situação para alertar a nação Israelita sobre a infidelidade religiosa (hoje chamamos isto de sincretismo religioso), pois misturavam as práticas aprendidas na cultura israelita com as práticas dos povos que tinham outros deuses. Deus diz que, assim como Oséias, Ele, Deus, casou-se com a nação israelita e esta nação se prostituiu. Em troca de promessas de fartas colheitas, de paz com inimigos, de vantagens pessoais, tornaram-se idólatras, passaram a adorar a Deus e a Baal, deus dos canaanitas.
Até mesmo os sacerdotes e profetas se desviaram do caminho e ajudavam o povo na perversidade e idolatria (Capítulo 4). Além de virarem as costas para Deus, passaram a viver de maneira totalmente imoral, participando de orgias sexuais em templos pagãos, sacrificando para deuses estranhos.
A mensagem de Oséias não é apenas de condenação, ele traz palavras de conforto e esperança, mas alerta para o perigo de trocarmos a adoração séria, a vida de santidade – ser separados para servir a Deus, por conveniências, vantagens e outros apelos feitos pelos ídolos em suas mais variadas formas. Tem pessoas que trocam o tempo para Deus por lazer, outros trocam oportunidades de aprender mais da Palavra de Deus por séries e novelas de TV que têm ensinamentos duvidosos. E muito mais poderia ser dito, mas a lição que fica é que devemos servir a Deus de todo o nosso coração, sem nos deixarmos envolver por quilo que o mundo diz que é bom.

O LIVRO de JOEL
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Joel, por Michelangelo, entre 1511-1512, na Capela Sistina, Vaticano

Não se tem muita certeza se Joel profetizou antes do domínio da Assíria, ou depois do domínio da Babilônia.
No tocante ao próprio Joel pouco se sabe além do fato que ele era filho do Petuel e que, com toda a probabilidade, ele vivia em Jerusalém. As muitas referências à cidade revelam um grande amor a ela e íntimo conhecimento de sua história..
Pelas passagens de 1.13-14 e 2.17 pode-se deduzir que Joel não era sacerdote. Ele viveu e profetizou numa época quando o povo de Judá ainda não havia caído naquela extrema depravação que, em tempos posteriores, atraiu contra eles tão pesados castigos. Isso parece situá-lo ou no início do reino de Joás ou entre o reino de Joás e o de Uzias.
Provavelmente ele também era contemporâneo de Oséias e Amós, que se dirigiam a Israel, enquanto ele dirigia sua profecia a Judá.
Uma praga de gafanhotos assolou a lavoura a ponto de causar escassez de alimentos. Joel apareceu em Jerusalém para declarar que aquela invasão de gafanhotos era uma visita de Deus, em ira e julgamento. Ele apelava em prol de um ato de arrependimento nacional, uma festa solene, e exortava os líderes religiosos a mostrar bom exemplo. Então profetizou o retorno do favor de Deus e da prosperidade da terra, bem como a remoção de seus inimigos.
Depois disso, de um modo que não tem significação fora da inspiração divina, ele passou a descrever o derramamento do Espírito Santo que se seguiria. No dia de Pentecoste, o discurso de Pedro foi: "isto é o que foi dito pelo profeta Joel" (Atos 2:16,17). Adiante, Joel é levado a profetizar sobre a destruição final de todos os inimigos de Deus e de Seu povo.
Vários versículos de Joel contribuem poderosamente à mensagem do Novo Testamento. A profecia a respeito da descida do Espírito Santo é citada especificamente por Pedro em seu sermão no dia de Pentecostes, depois de o Espírito Santo ter sido enviado do céu sobre os 120 membros fundadores da igreja primitiva, com as manifestações do falar noutras línguas.
Os sinais apocalípticos nos céus que, segundo Joel, ocorreria no final dos tempos, não somente foram lembrados por Pedro, mas também referidos por Jesus (Lucas 24:29) e por João, na ilha de Patmos. Finalmente, a profecia de Joel a respeito do julgamento divino das nações, no vale de Josafá, é desenvolvida ainda mais no último livro da Bíblia (Apocalipse 16:16).
Joel é conhecido como o profeta do dia do Senhor, por ter supostamente cunhado a frase para o grande dia do julgamento das nações pelo Senhor. Entretanto, ele pode ter tomado a expressão de Obadias que a usou vinte anos antes com referência ao futuro julgamento de Edom. A exortação ao arrependimento deixa claro o desejo do Senhor em que o Seu grande dia não chegue antes que haja genuíno arrependimento e que as pessoas deixem de lado suas práticas, incluindo aí o cinismo religioso, ou seja, o ritualismo, trazer adoração a Deus sem espírito de humildade e reverência. “Chorem os sacerdotes...” (2:17) revelando o verdadeiro papel dos servos do Senhor que deveria ser o de levar o povo à presença de Deus em lugar de manipular o povo em favor de interesses pessoais.
Por último Joel ainda profetisa sobre o juízo à nações, como lembrete de que não está sendo esquecido o pecado dos que rejeitam e torcem a verdade pela mentira. Ao mesmo tempo Deus assegura que a justiça prevalecerá, como afirma Pedro (2 Pedro 3:13), enquanto mostra Sua misericórdia ao arrependido. Em Joel encontramos as duas faces da moeda: Deus é amor e é justiça.

O LIVRO DE AMÓS
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Amós, um dos maiores dos chamados profetas "menores", profetizou durante os dias de Uzias, rei de Judá e de Jeroboão II, rei de Israel. É impossível determinar o ano exato de sua profecia, mas provavelmente foi cerca de 760 a.C.
Amós era nativo de Tecoa, uma pequena cidade cerca de dez quilômetros de Belém. Não era nobre, como Isaías, nem sacerdote como Jeremias, mas pastor e cultivador de figos.
Seu negócio o levava certamente a cidades e mercados importantes onde, sem dúvida, se encontrava com caravanas de muitas terras. Amós era do reino do sul, mas sua mensagem é quase específica para o reino do norte. Pode se dizer que ele usou o reino do norte como exemplo de tudo o que Deus abominava.
Por conta de questões internacionais envolvendo as potências da época, especialmente a Assíria, Israel teve um período de relativa tranquilidade no que tange aos inimigos, embora estivesse sob a tutela da Assíria.
Todas as principais estradas da Palestina eram controladas por Israel e Samaria, a capital, se tornou ponto de encontro dos mercadores que viajavam entre a Mesopotâmia (norte) e o Egito (sul).
Ali se juntavam as caravanas vindas de várias partes do mundo oriental e Samaria se tornou o empório de mercadorias de toda espécie. As crescentes atividades comerciais trouxeram a Israel enormes lucros e uma poderosa classe comerciante se desenvolveu.
O ditado que "o dinheiro corrompe" foi verdadeiramente exemplificado no reino do norte durante os dias de Jeroboão II. O desejo de riquezas teve resultados desastrosos, tanto para o comerciante como para o pobre aldeão. Os ricos príncipes-comerciantes se tornaram desmoralizados, corruptos e injustos; os pobres eram oprimidos, roubados e maltratados. Amós pertencia à classe pobre dos aldeões e provavelmente sabia, por amarga experiência própria, a que indignidades haviam sido sujeitados os pobres e oprimidos.
A adoração a Deus era uma mera distração para quem já estava vivendo em paz e fartura e a opressão aos pobres não provocava nenhum constrangimento, como se Baal, o deus pagão que fora derrotado pelo profeta Elias, ainda estivesse controlando os destinos dos israelitas.
Os extremos sociais contrastantes, ricos muito ricos e pobres muito pobres geraram insatisfações que resultaram em guerras civis. Assim, após a morte de Jeroboão, houve três reis no espaço de um ano. Revolução seguia-se a revolução e no período de alguns poucos anos uma parte do reino de Israel havia desaparecido, enquanto que o restante se mantinha numa independência precária, dependendo da boa vontade da Assíria.
A mensagem de Amós era de julgamento e punição. Embora nos últimos poucos versículos do livro relampejem algumas notas de otimismo, revelando a largueza da misericórdia de Deus através do trono davídico restaurado, a mensagem inteira, todavia, desse intrépido mensageiro de Deus, precisa ser incrustada no contexto de desastre iminente.
Em adição à corrupção moral que havia resultado em opressão social e em injustiça legal, havia a questão dos falsos santuários de Betel e Gilgal. A motivação para a existência destes santuários era puramente político-ideológica. O rei Jeroboão não queria que o povo fosse a Jerusalém adorar a Deus e, por isto “inventou” touros de ouro e incentivou o povo a adorá-los. (1 Reis 12:26-30)
A mensagem de Amós se fundamenta na firme convicção que Jeová é Deus de justiça. O pecado dos povos ao redor de Israel iria trazer severo julgamento a eles e a própria nação israelita sofreria porque abandonara a ética que está tão bem registrada no livro da lei, as noções de misericórdia e tratamento justo, de amparo aos mais fracos e oprimidos. Na prática Israel estava seguindo os princípios imorais do paganismo (as religiões falsas) e sua ética de conveniências, ou seja, o importante é levar vantagem. Era como se Deus não estivesse vendo e condenando o jeito de agir do Seu próprio povo.
Claudio Nucci em uma canção da década de 1980 declara: “Pelo sim, pelo não, uma reza pra Deus e uma vela pro cão (o diabo), dando a nítida expressão do que crê a “sabedoria popular” sobre estar bem com Deus sem desprezar as coisas “boas” que o mundo oferece. Porém Apóstolo Tiago é enfático: “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” Tiago 4:4
Um fato curioso do livro é a parte em que Amós intercede por Israel quando Deus anuncia o tipo de castigo que Ele deseja derramar sobre o povo (7: 1-6). Deus nunca foi insensível e está sempre disposto a não punir os que se arrependem e voltam para o caminho certo.


O Livro de Obadias
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Escultura de Obadias (ou Abdias) em pedra-sabão, por Aleijadinho, em Congonhas, Minas Gerais. Século XVIII.

Obadias é o menor livro do Velho Testamento. Sua profecia está situada após o fim do reino do sul, Judá após o ano de 605 A.C. Os Edomitas eram descendentes de Esaú, irmão mais velho de Jacó (Israel). Edom era uma nação ao sul de Israel e era inimiga dos israelitas. Quando Nabucodonozor, o rei da Babilônia invadiu Judá e levou cativos os melhores homens e mulheres, os edomitas não apenas se alegraram, como entregaram os judeus que tentavam fugir dos babilônios, invadiram o território de Judá e saquearam o que os babilônios haviam deixado para trás.
Deus não mede palavras para descrever em apenas 21 versículos o tamanho da derrota que será dada ao povo, a ponto de ser totalmente exterminado (Vers 18).
Este é um alerta para os que se alegram com a desgraça alheia e se satisfazem em lucrar com as perdas sofridas por outras pessoas. Deus vê todas as coisas, inclusive as intensões e os pensamentos mais íntimos. Ele sabe e julga e, como o próprio Jesus ensinou, não devemos julgar a ninguém (Mateus 7:1-5).

O Livro de Jonas
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Jonas traz a conhecida história do profeta que recebeu uma missão, que era a de ir pregar à grande cidade de Nínive, capital do império da Assíria. Eles deveriam se arrepender dos seus pecados, ou Deus os destruiria completamente (Jonas 1:2). Jonas fugiu e foi em outra direção. Deus então enviou um grande maremoto e o navio em que Jonas viajava tranquilamente estava a ponto de afundar. No auge do desespero Jonas se oferece para ser jogado ao mar e, quando isto acontece, o mar se acalma. Mas Jonas ainda seria engolido por um grande peixe (a bíblia não diz que tipo de peixe faria isto sem despedaçar Jonas) e ali no estômago do peixe Jonas passou três dias. Arrependido, orou a Deus que respondeu sua oração fazendo com o que o peixe o vomitasse na praia e, então, Jonas seguiu para a missão da qual tentara escapar.
Os Assírios eram muito violentos. Diz-se que eles ferviam óleo e derramavam sobre a pessoa para depois retirarem dela a pele, enquanto estava viva. Esta pele era colada nas paredes da muralha da cidade de Nínive como um alerta para os povos. Pode ser que Jonas temesse tanto o povo de Nínive que achasse que seria melhor tentar enganar Deus. Ou, por outro lado, Jonas poderia ter certeza de que, se o povo se arrependesse, Deus seria misericordioso e preferiu, então, enfrentar a ira de Deus do que oferecer alguma possibilidade de salvação aos ninivitas.
Refeito da experiência marítima, Jonas foi até Nínive e a percorreu por três dias anunciando que se não se arrependessem seriam totalmente destruídos. O povo se arrependeu. Até o rei da Assíria vestiu roupas de mendigo, jogou cinzas sobre a cabeça e decretou jejum a toda a nação, além de ordenar que todos abandonassem a maldade e orassem ao Deus de Israel.
O resultado foi que Deus de fato “mudou de ideia” (ou Ele sabia que era exatamente isso o que aconteceria!). Jonas ficou irritado com isso e o tratamento dado por Deus ao Seu próprio profeta é uma lição da sabedoria de Deus (Cap. 4).
A mensagem do livro de Jonas é a de um Deus disposto a perdoar, ainda que o pecado seja tremendo!

O livro de Miquéias
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Profeta Miqueias (1450-1500) por um pintor anônimo catalão, no Museu Nacional de Arte Antiga.

Miquéias traz suas profecias para o povo de Israel e Judá. Em forma de versos e prosa, ele apresenta várias situações que irão impactar os dois reinos, mostrando que Deus está cobrando do Seu próprio povo a postura de um povo santo que deveria ser exemplo para as demais nações. As abominações do paganismo de Israel, o reino do norte, agora estavam acontecendo em Jerusalém capital de Judá, o reino do sul. Miquéias profetiza a queda dos dois reinos e o cativeiro. Como os demais profetas do Velho Testamento, a mensagem de arrependimento e acolhimento por Deus é real e palpável. Mas o povo, os governantes e os religiosos têm de voltarem-se para Deus.
Miquéias ainda profetisa sobre o nascimento de Jesus e que este Descendente de Davi iria unificar o reino dividido e trazer a tão sonhada paz (cap. 5:2).
Estas profecias de Miqueias são para quem já conhecia a verdade e tinha na palavra de Deus a referência para uma conduta ética e moral. Um trecho do livro poderia ser usado como resumo de toda a sua mensagem: “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: Pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus.” (Miquéias 6:8 )

PARA MEDITAR E APLICAR EM CASA
Como tarefa para fixação da lição leia os livros dos profetas menores desta lição. Pense em quanta coisa que acontecia naquele tempo em que os profetas viveram e pregaram e que, depois de tantos séculos, ainda estão acontecendo hoje!


Lição elaborada pelo Major Paulo Soares
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