LIÇÃO 58 - PANORAMA BÍBLICO - OS EVANGELHOS

DA BÍBLIA
• Mateus 28:19;
• Marcos 10:43-45;
• Lucas 19:10;
• João 3:16-21;

OBJETIVOS
Como resultado dessa lição os Cadetes Locais irão:
• Aprender detalhes interessantes sobre os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João;
• Compreender um pouco sobre a trajetória e ensinamentos de Jesus;
• Se aprofundar mais em seus conhecimentos bíblicos.

PARA SE APROFUNDAR
Começamos hoje o Novo Testamento, que se inicia com o ministério de Jesus, passa pela igreja primitiva, por cartas deixadas por vários dos primeiros pais da igreja e que se encerra com um livro profético.
Se o Antigo Testamento tratava da Lei, da história de um Povo e dos Profetas, o Novo Testamento fala da Graça por meio do Evangelho e de um outro Povo, um que vem de todas as línguas, povos e raças: a Igreja.
Mas você já se perguntou o que significa a palavra “evangelho”?
Essa palavra tão frequente no vocabulário cristão é uma expressão simples que pode ser comparada com “boas novas” ou “boas notícias”.
Na Bíblia temos quatro livros que trabalham especificamente sobre a mais importantes das boas notícias já recebidas pela humanidade: a vinda, vida e ministério de Jesus entre nós.
Isso é uma boa notícia por que trata diretamente do plano de Deus para a redenção e salvação do ser humano, e é uma boa notícia por que encerra o período da Lei e inicia o período da Graça.
Se da Lei até os Profetas o ser humano dependia de sacrifícios terrenos para se aproximar de Deus, no período da Graça o próprio Deus faz o sacrifício supremo para resgatar a humanidade.
É a notícia mais empolgante, amorosa e maravilhosa que qualquer pessoa poderia receber.
Mateus, Marcos, Lucas e João, com suas formas de escrever e contando a história de Jesus sob sua perspectiva, são os autores que trazem essa boa notícia que cada um de nós deve conhecer bem, para que possamos espalhar ela por todo o mundo.
Vamos começar nossa caminhada pelo Novo Testamento?

Mateus
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O Evangelho Segundo Mateus, em grego " Τὸ κατὰ Ματθαῖον εὐαγγέλιον" é o primeiro livro do Novo Testamento e também o primeiro dos Evangelhos.
Ele tem muitas similaridades com os evangelhos de Marcos e Lucas, como se esses três contassem a mesma história, mas sob perspectivas diferentes.
A linguagem do evangelho de Mateus é bastante voltada para uma visão judaico-cristã típica do primeiro século depois de Cristo (D.C.) e por isso mesmo há uma preocupação do autor em apresentar Jesus cumprindo profecias do Antigo Testamento e também de apresentar sua vida e ministério de forma a mostrar que Jesus é o Messias tão esperado pelo povo judeu.
Sobre o autor, as fontes mais “clássicas” e tradicionais concordam que Mateus, discípulo de Jesus, é o autor. Clássicos como o Didaquê, as cartas de Inácio e Policarpo e os escritos de Irineu (todos do primeiro século D.C.) apontam Mateus o discípulo como o autor.
Lendo o Livro de Mateus em si também há evidências que apontam para Mateus, o discípulo, como o autor, como, por exemplo, Mateus 9:9 que trata o “cobrador de impostos” como Mateus, enquanto Marcos 2:14 e Lucas 5:27 chamam esse personagem de Levi. Por incrível que pareça outra evidência da autoria de Mateus é a forma como o autor lida com o dinheiro, pois o autor dá informações mais específicas sobre dinheiro do que qualquer outro escritor dos Evangelhos. Mateus usa três palavras para dinheiro não encontradas em outras partes da Bíblia (Mateus 17:24, 17:27 e 18:24), ele observa o custo de certos itens (Mateus 25:15 e 26:6-9), e somente este Evangelho registra o pagamento do imposto do templo (Mateus 17:24-27), isso deve ter acontecido por que o autor era, realmente, um cobrador de impostos que entendia do assunto. Além disso o nome de Mateus no cabeçalho do Evangelho aparece em todos os manuscritos originais dele.
É muito interessante que o evangelho de Mateus, escrito para os judeus, é bastante crítico as lideranças religiosas judaicas, usando uma “linguagem forte” para criticá-los.
Mesmo que não saibamos quando o livro foi escrito, é provável que tenha sido antes da destruição de Jerusalém pelo Império Romano em 70 D.C. Isso significa que esse livro foi escrito com uma diferença de tempo entre o ministério de Jesus e o término do livro bastante pequena, poucas décadas no máximo.
Como versículo chave, embora haja outros muito interessantes, gostaríamos de destacar o chamado à missão que todos os cristãos recebem de Jesus em pessoa em Mateus 28:19 – “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
O resumo do livro de Mateus pode ser dividido em:
• Introdução: origem e infância de Jesus, o Messias (1.1-2.23).
• Proclamação do reino por Jesus (3.1-7.29).
• O ministério e missão de Jesus na Galiléia (8.1-10.42).
• Questionamento e oposição a Jesus (11.1-13.52).
• Cristologia e eclesiologia (13.53-18.35).
• Jornada de Jesus e ministério em Jerusalém (19.1-25.46).
• Clímax: paixão, morte e ressurreição (26.1-28.20).

Marcos
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O evangelho Segundo Marcos, em grego “Τὸ κατὰ Μᾶρκον εὐαγγέλιον, τὸ εὐαγγέλιον κατὰ Μᾶρκον” é o segundo dos evangelhos e também o evangelho mais curto de todos, com apenas 16 capítulos.
Para alguns estudiosos o livro de Marcos foi realmente pensado para ser um sumário ou uma “miniatura” da história de Jesus, o que o torna muito didático, quase como um resumo de Mateus e Lucas, mas outros autores acreditam que o evangelho de Marcos é mais antigo que Mateus e Lucas, então, não seria o caso desse livro ser um resumo.
A vida e o ministério de Jesus são o centro do livro, que narra a história de uma forma mais breve que pode, às vezes, dar uma impressão de “corrida” ou “urgência” por parte do autor em chegar ao clímax da história.
A temática ou a forma como Marcos apresenta Jesus é como o “Servo” que veio a Terra para cumprir a missão dada pelo Pai. Por esse motivo o trecho de Marcos 10:43-45 pode ser considerado o texto chave desse livro: “Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo; e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos. Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.
A autoria do livro é atribuída pela tradição a Marcos, o Evangelista, que foi discípulo do Apostolo Paulo por um período, mas que teria escrito o evangelho segundo o que ouviu do Apóstolo Pedro. É interessante ver esse autor como um discípulo das duas personalidades mais proeminentes da igreja primitiva.
Marcos é basicamente dividido em duas partes:
A Primeira Parte trata do “Ministério de Jesus” falando de curas e a pregação na Galileia (Marcos 1.1 até  Marcos 8.26);
A Segunda parte é o clímax do livro, narrando o sofrimento de Jesus predito, sua morte em Jerusalém e sua ressurreição (Marcos 8.27 até Marcos 16..
Sobre Marcos 16:9-20, não existe nenhum manuscrito anterior ao século V que tenha esse trecho, o que pode indicar que ele é um acréscimo, mas que foi aceito como parte do canon bíblico e por isso faz parte da nossa Bíblia.
O Esboço de Marcos pode ser dividido em:
• Capítulo 1 – As boas notícias de Jesus;
• Capítulo 2 – Jesus come com pecadores;
• Capítulo 3 – As multidões seguem Jesus;
• Capítulo 4 – Jesus ensina por parábolas;
• Capítulo 5 – Jesus opera três milagres;
• Capítulo 6 – A morte de João Batista;
• Capítulo 7 – Jesus e a tradição dos homens;
• Capítulo 8 – O fermento dos fariseus;
• Capítulo 9 – A transfiguração de Jesus;
• Capítulo 10 – O perigo do amor ao dinheiro;
• Capítulo 11 – Entrada triunfal em Jerusalém;
• Capítulo 12 – O maior mandamento;
• Capítulo 13 – Os sinais dos últimos dias;
• Capítulo 14 – Judas trai Jesus;
• Capítulo 15 – Jesus é condenado e crucificado;
• Capítulo 16 – A ressurreição de Jesus;

Lucas
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Pietà, Michelangelo Buonarotti, 1499, Escultura em Mármore, Basílica de São Pedro, Vaticano

O evangelho de Lucas, em grego “Τὸ κατὰ Λουκᾶν εὐαγγέλιον” é o terceiro dos evangelhos na ordem do Novo Testamento e é, na verdade, uma carta escrita pelo autor a uma pessoa, de nome Teófilo (Lucas 1:1-4).
É interessante que o Evangelho de Lucas e o livro de Atos dos Apóstolos, são, na verdade, parte da mesma carta, ou seja, um da sequência ao outro, o que torna muito proveitoso fazer a leitura desses dois livros em sequência.
Lucas é um autor detalhista que narra os acontecimentos do evangelho com riqueza de detalhes descritivos. Ele é um escritos muito culto também, o que torna esse evangelho um pouco mais “difícil” que o de Marcos, por exemplo, mas acrescenta uma riqueza ao grupo dos evangelhos como um todo.
Lucas é descrito como o autor, um médico cristão de fala grega que, realmente, faz um uso muito mais eloquente desse idioma que os demais evangelistas, o que indica que ele era uma pessoa muito instruída. Em Atos dos Apóstolos Lucas é companheiro de viagem do Apóstolo Paulo e, com isso, compreendemos que Lucas não é uma testemunha ocular dos acontecimentos dos evangelhos, mas sim um pesquisador que fez sua redação sobre a vida e o ministério de Jesus.
A forma polida e detalhista como Lucas escreve poderiam classificar ele como um historiador dentre os autores da Bíblia.
Lucas 19:10 que diz: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” é o texto central do livro, apresentando Jesus, o “Filho do Homem” como o salvador para aqueles que estavam afastados de Deus.
Não sabemos a data exata em que esse livro foi escrito, mas é possível que tenha sido algo entre 80 e 90 D.C.
Podemos resumir o livro de Lucas da seguinte forma:
• Prólogo em que ele descreve seu propósito por escrito (1.1-4)
• A infância e infância de Jesus (1.5-2.52).
• A preparação de Jesus para o ministério público (3.1-4.13).
• O Ministério na Galileia (4.14-9.50).
• A Viagem a Jerusalém (9.51-19.27).
• O Ministério em Jerusalém (19.28-21.38).
• A Última Ceia, paixão, morte e enterro (22.1-23.56).
• As Aparições da ressurreição (24.1-53).

João
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O Evangelho Segundo João, em grego “Τὸ κατὰ Ἰωάννην εὐαγγέλιον” é o último dos quatro evangelhos que encontramos no Novo Testamento e também é o mais “diferente” entre eles.
Para começar, o estilo de escrita do autor de João é bem diferente dos outros três evangelistas. Além disso a forma como a história é contada não segue a mesma “linha cronológica” que os outros três evangelhos.
O autor de João parece muito mais preocupado em revelar os “sinais” que provam que Jesus é o “Verbo” do que em criar uma narrativa biográfica de Jesus.
Embora a tradição concorde de forma unânime que o autor do Evangelho Segundo João seja o Apóstolo João, filho de Zebedeu, irmão do também apóstolo Tiago e discípulo de Jesus, visões não tradicionais apontam para outras possibilidades na autoria.
Esse evangelho foi possivelmente escrito próximo a 90 D.C.
Esse evangelho é uma carta de evangelização para gentios, mas que também é capaz de se comunicar com a tradição judaica da sua época.
Os sete sinais que João destacam em seu livro são:
1. Água no vinho
2. Curando o filho do nobre
3. Curando o paralítico
4. Alimentando a multidão
5. Caminhando sobre a água
6. Visão para o homem cego de nascença
7. Ressurreição de Lázaro
João 3:16, possivelmente um dos versículos mais conhecidos de toda a Bíblia, é o verso chave para compreender o livro de João, pois fala do amor de Deus em enviar seu Filho em favor de toda a humanidade. Mas para os propósitos de ensino dessa lição vamos sugerir a leitura de João 3: 16 a 21: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus. Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus".
O Evangelho de João pode ser dividido em 4 partes simples:
• O Prólogo (João 1:1-18);
• Ministério (João 1:19 - 11:57);
• A Semana da Paixão (João 12:1 - 20:29); e
• O Epílogo (João 20:30 - 21:25).

PARA MEDITAR E APLICAR EM CASA
Evangelho = Boas Notícias!!!
Você tem sido um bom cristão no sentido de espalhar as boas notícias da vinda de Jesus para o mundo?
Essa semana, para reforçar seu aprendizado sobre os evangelhos, queremos que você se envolva em alguma forma de evangelização e que faça outras pessoas conhecerem a boa notícia de que Jesus veio, viveu, ensinou, sofreu, morreu, ressuscitou e hoje reina e, um dia, quando o Tempo de Deus chegar, Jesus voltará para nos buscar!
Se você conseguir realizar esse “Para Meditar e Aplicar em Casa” você receberá 200 pontos extra nesse mês.