LIÇÃO 24 - OS VENCEDORES NO FINAL

“Cremos na imortalidade da alma; na ressurreição do corpo, no julgamento geral no fim do mundo, na eterna felicidade dos justos e no castigo infindável dos maus.” (Doutrina 11)

DA BÍBLIA

Mateus 25:31-46; Romanos 8; Apocalipse 21:1-8;

OBJETIVOS

Como resultado dessa lição os Cadetes Locais aprenderão que:
· Todo o ser humano é imortal;
· A ressurreição é a promessa de Jesus e o troféu para os vencedores;
· Nossa expectativa sobre o fim dos tempos é viver segundo a vontade de Deus.

PARA SE APROFUNDAR

A 11ª doutrina é a última em nossa declaração de fé e fala claramente do resultado de observarmos toda uma vida de salvação pela graça de Deus através de Jesus (doutrina 8 ) fé obediente e contínua nEle (doutrina 9) e busca pela santidade (doutrina 10). Longe de dizer que a vida eterna é merecida aos que observam piamente o que as doutrinas declaram, esta última doutrina introduz conceitos como a eternidade, o julgamento e a ressurreição como fatores a serem levados em conta em nossa experiência de vida, isto é, passaremos por estes processos e entraremos na eternidade.

A imortalidade

Deus nos criou a Sua imagem e semelhança (Gênesis 1:27). Isto significa que somos parecidos com Deus e, infelizmente – por causa do pecado, perdemos a pureza, que é uma das muitas características de Deus. Deixamos, então, de ser semelhantes a Ele em vários aspectos.
Entretanto, uma vez que passamos a existir, vivemos para sempre e esta é uma característica que nos aproxima da imagem de Deus, somos eternos (embora Deus não tenha sido criado, como nós, mas exista desde a eternidade passada).
Esta eternidade significa que quando nossa vida neste mundo deixar de existir passaremos a viver no além, na vida após a morte, na eternidade.
Ser imortal significa que nossa existência será infinita, nunca terminará e será vivida em um dos dois destinos finais previstos na Bíblia, os quais veremos mais adiante.
Então a Bíblia nos assegura que o fim de tudo não será um “vazio infinito”, como pregam algumas religiões, ou um “loop” de encarnações até se completar o ciclo de purificação do Karma, ou um lugar no “limbo”, onde o tempo e as coisas são sempre as mesmas, quase como se passássemos a ser peças de museu. O fim, segundo a Bíblia, é um espetáculo sem precedentes para os que conhecem a Jesus e O amam (1ª. Coríntios 2:9).
A ressurreição dos mortos não será algo do tipo “The Walking Dead”, é a volta da morte de todos os seres humanos, desde o princípio, para serem julgados e seguirem para seus destinos finais. A promessa de ressurreição foi feita pelo próprio Jesus em João 5:28-29 e João 11:25. Aliás a ressurreição é um tema que aparece tanto no Velho quanto no Novo Testamentos. Vejam os versículos a seguir:[

Elias ressuscita um rapaz (1Reis 17,17-24);
Eliseu ressuscita uma criança (2 Reis 4:32-36);
Jesus ressuscita uma menina (Marcos 5:38-43);
Jesus ressuscita um rapaz (Lucas 7:13-15);
Jesus ressuscita Lázaro (João 11:43-44);
Mortos ressuscitam no dia em que Jesus morreu (Mateus 27:50-53);
Pedro ressuscita uma jovem (Atos 9:40);
Paulo ressuscita um rapaz que caíra de uma janela (Atos 20:9-12);

Entretanto todos estes voltaram a morrer, porque a ressurreição deles foi a retomada da vida no próprio corpo mortal, ou seja, o corpo foi restaurado e a vida retornou. A ressurreição no final dos tempos é aquela semelhante à de Jesus, que teve Seu corpo glorificado três dias após Sua morte na cruz. Este novo corpo não sofre a ação das leis da física, não tem as mesmas necessidades do corpo físico atual, mas é indestrutível. Este é o corpo que viverá na eternidade.
A ressurreição do corpo, no fim dos tempos, está registrada no livro de 1ª Tessalonicenses 4:13-18 e é tratada como sendo uma ocasião para dar esperança. O apego a esta vida, embora seja de esperar que tenhamos todo o cuidado em preservá-la, não deve nos afastar do ideal de estar um dia com o Senhor.
Não se canta mais com frequência cânticos ou coros que exaltem a chegada do grande dia do encontro com Jesus, da expectativa de andar na Nova Jerusalém, onde as lágrimas são enxugadas por Jesus e a morte, a dor, o mal já não existem mais.
A 11ª doutrina traz o alento da eterna companhia de Jesus, a alegria de ter vencido e a esperança de reencontrar irmãos de todos os tempos que também venceram e se tornaram habitantes da casa do Pai Celestial. Um lugar de honra, de celebração eterna, de alegria e paz para sempre.

O grande teste

Nossa vida presente é um teste, um “ENEM”, um vestibular, para a eternidade. No final toda a humanidade de todos os tempos irá comparecer diante do trono do Senhor para ser julgada. Grandes e pequenos, famosos e anônimos, religiosos e ateus, bondosos e malvados, senhores e escravos, homens e mulheres.
Se você já participou do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), ou vestibular, sabe que ao chegar no local da prova, até que se publique o resultado, todos são passíveis de considerarem-se merecedores de uma vaga na universidade. Mas apenas um pequeno grupo do universo dos estudantes que foram fazer a prova irá comemorar o nome inscrito na lista dos “vencedores”.
A Bíblia afirma que haverá um grande julgamento (Apocalipse 20:11-15). Neste julgamento será aberto o “livro da vida”, livro ao qual Jesus fez referência em Lucas 10:20. Este livro era conhecido dos conterrâneos de Jesus, pois já no Velho Testamento se falava dele (Gênesis 32:33). Isto nos traz a ideia de que nada passa despercebido aos olhos do Senhor. Davi, no Salmo 139 ressalta que os nossos dias estão contados, mesmo antes de o primeiro deles existir.
Os vencedores, neste caso, são os que não se curvam diante da vontade do mundo, ou do “príncipe deste mundo” (João 12:21). São os que levam a palavra de Deus a sério e, a bem da verdade, são os que levam o próprio Senhor a sério. Então, quem escolher viver com Jesus aqui neste mundo, viverá com Ele na eternidade.
Vencer significa lutar contra a própria natureza humana com suas contradições, seus pecados, como diria o Apóstolo Paulo, “subjugo meu próprio corpo” (1ª. Coríntios 9:27), ou seja, negando a própria vontade, pra fazer a vontade de Deus. Jesus ensinou também que se alguém quisesse segui-lO deveria negar-se a si mesmo (escolher Jesus em vez do ‘eu’), tomar a cruz (onde o ‘eu’ deve ser sacrificado) e segui-lO (Lucas 9:23).
No “vestibular” da eternidade, só serão aprovados os que vencerem a si mesmos, vencerem o pecado, vencerem a tendência humana para o mal. Em Apocalipse 12:9-11 está registrado de forma alegórica a derrota de Satanás (a antiga serpente). Se diz que eles o venceram por causa do sangue do Cordeiro (a salvação através do sacrifício de Jesus) e pelo testemunho que deram (fidelidade a Jesus), mesmo diante do risco de perderem a própria vida.

O outro lado da eternidade

A eternidade será real para todos, portanto até os que não tiverem seguido a Jesus durante esta vida irão viver eternamente. Mas, para estes a expectativa será de uma eternidade bem diferente daquela preparada para os que amam a Jesus.
Quando Adão e Eva decidiram dar ouvidos à serpente e duvidar da palavra de Deus colheram consequências eternas, pois o pecado entrou no mundo perfeito criado por Deus e afastou os seres humanos da convivência diária com o Criador.
Assim Deus quis salvar a humanidade desde o princípio, de muitas formas até que, na pessoa de Jesus Cristo, o próprio Filho de Deus, se completou o plano de salvação e todos tiveram a chance de seguir e obedecer, ou seja, ninguém poderá dizer que não sabia o que iria acontecer.
O resultado da rejeição humana ao apelo do Senhor é uma eternidade sem a possibilidade da presença e cuidado eterno do Senhor. Todas as promessas da Bíblia sobre a eternidade com Jesus são positivas. O contrário, ou seja, o afastamento de Deus, a constante rebeldia e teimosia contra o que a Bíblia ensina, levarão à destruição permanente de toda a possibilidade de haver comunhão com Deus, com o reino dEle e com o Seu povo.
A Bíblia fala de tormento eterno, o lago de fogo e enxofre, onde o arrependimento nunca termina, onde a dor é constante e onde as trevas tornam o ambiente tenebroso. A Bíblia descreve como segunda morte (Apocalipse 2:11) e dá detalhes sobre quem serão os habitantes do inferno (Apocalipse 21:8 ).
De certa forma quem vive longe de Jesus já está experimentando o inferno aqui, porque vive um conflito interior tentando negar a existência, o poder e a santidade do Senhor, como se estivesse em rota de colisão com um trem em alta velocidade, achando que poderá parar o trem, ou, caso se choque com ele, sobreviva ao impacto.
Mas o inferno, embora presente, será infinitamente pior na eternidade. Pense em alguém jogado em uma cela escura com um leão faminto. Por mais que grite por socorro, que chore, ou espere por ajuda, será implacavelmente devorado. No inferno eterno, além de tudo, o fogo não se apaga e o bicho nunca morre (Isaías 66:24 e Marcos 9:44). Em vez de celebração da vida, haverá lamento eterno da morte (Mateus 13:42). Em outras palavras, uma morte sendo relembrada e lamentada o tempo todo.
Precisa ficar claro aqui que Deus não condena ninguém, Ele apenas respeita nossa escolha. O castigo eterno dos maus, como a doutrina que estudamos hoje diz, é o resultado da escolha humana diante do apelo incessante de Jesus “Eis que estou à porta e bato, Se alguém ouvir aminha voz e abrir a porta entrarei e cearei com ele e ele comigo.” (Apocalipse 3:20)
Nós não devemos desejar viver no céu porque tememos o inferno. Ir para o céu é como voltar para casa, para ver face a face Aquele que nos amou primeiro. Ele preparou para nós um lugar onde o mal, a injustiça, a dor e a morte não mais existirão (Apocalipse 21:4). O resultado de escolher viver com Jesus hoje é viver com Jesus para sempre “na casa de meu Pai”.

“Pai, tá chegando?”

Tempos atrás uma propaganda de TV mostrava uma criança viajando de carro e perguntando a todo o momento: “Pai, tá chegando?”
Esta mesma pergunta foi feita pelos discípulos de Jesus (Atos 1:6-7) e tem sido feita por estudiosos de todos os tempos. Uns afirmam que a vinda de Jesus em Sua glória será de um jeito, outros de outro jeito, mas o certo é que Jesus voltará, conforme Ele prometeu (Mateus 25:31) e de acordo com a mensagem dos anjos quando Ele foi elevado aos céus diante dos discípulos (Atos 1:11).
Muitos palpites foram dados e muita gente já se desfez de seus bens terrenos para aguardar o dia do Senhor. Depois, é claro, passaram a maior vergonha. O próprio Jesus afirma que não cabe a nós especularmos sobre quando será que os eventos narrados na bíblia sobre o fim dos tempos acontecerão. Em Atos 1:7-8 Ele ressalta que nosso papel é trabalhar para que o mundo inteiro conheça a verdade. O “mundo inteiro” começa com nossos parentes, amigos, vizinhos... até os confins da terra.
A Bíblia é o livro para ser colocado em prática e, à medida em que nos aprofundamos em obedecê-la, nos familiarizamos com as verdades que podem nos ajudar a nos manter firmes e nos fazer mais próximos do Senhor com Quem iremos morar na eternidade.
Todos nós, os que temos tido contato com a verdade da palavra de Deus, temos responsabilidade sobre a proclamação do amor e misericórdia, o favor imerecido que Ele tem pela humanidade, pois Jesus nos ordenou ir e pregar (Marcos 16:15), ser testemunhas (Atos 1:8 ), ser sal, luz (Mateus 5:14-16) e santos, como o Pai celeste (Mateus 5:48).
Esta sublime missão deve ter prioridade em nossas vidas, pois somente assim viveremos para sermos recebidos como os vencedores.
“Aqueles que conseguirem a vitória receberão de mim este presente: Eu serei o Deus deles e eles serão meus filhos.” (Apocalipse 21:7)

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]
O Juízo Final - Michelangelo

PARA MEDITAR E APLICAR EM CASA

1 – Faça uma lista de pessoas que você conhece e que ainda não têm um compromisso com Jesus. Ore por elas pedindo a Deus que ajuda a você a ser testemunha de Jesus para eles.
2 – Pense em como você tem pregado (dado seu testemunho com palavras e com seu exemplo) sobre a necessidade de termos Jesus no coração e esperança na eternidade.
3 – Jesus disse que devemos ser perfeitos como o Pai celeste. Faça uma lista de coisas como pensamentos, atitudes, ações, etc, que não tornam você perfeito. Depois peça perdão e ajuda a Jesus para o(a) tornar cada dia mais semelhante a Ele. Guarde a lista para ver quanto você já avançou.

Lição elaborada pelo Major Juliano